sábado, 20 de novembro de 2010

Missing cap 4

MARK


Desci da sala e vi minha irmã sentada em um dos bancos. Seu corpo estava virado para alguém, mas ela nao parecia olhar para este alguém. Seus olhos estavam tristes, embora seus lábios formassem um sorriso fraco e doce. Eu conhecia muito bem aquela expressão, ela estava falando dele, Bryan.
Annabele sofria muito por ele. Nesses quase dois anos desde que passaram de quase irmãos para um casal apaixonado, perdi a conta de quantas vezes, ao passar pelo quarto dela durante a madrugada, ouvi seu pranto manso. Entrava e tentava consolá-la de alguma forma, ela se recusava a ouvir qualquer palavra, apenas deitava em meu colo e continuava a chorar enquanto eu acarriciava seus cabelos negros até que ela pegava no sono novamente. Eu sabia que não era eu que ela desejava ali, era ele.
Eu também sofria muito por vê-la assim. Não aguentava ver minha irmãzinha, um ano mais nova que eu, sofre tanto e não poder fazer nada. Eu queira, pelo menos, poder odiar o Bryan, dizer que a culpa era exclusivamente dela, mas, por mais que não gostasse muito dele, sabia que seria injusto. Ele também sofria, e muito. Sofria pela falta dela e se sentia culpado por ela sofrer tanto. Os únicos culpados eram as pessoas que deviam querer mais a felicidade de Annabele: nossos pais.
Eu ficava assustado por eles não verem sofrimento que causavam à filha. Será que só eu ouvia o seu choro? Será que só eu e Grazielle viamos seus olhos sem expressão e como eles mudavam nas raras vezes que ele estava por perto? E, só nós dois viamos o brilho de seus olhar ao falar dele?
Já tinha me aproximado bastante de minha irmã  enquanto pensava. Agora podia contemplar a figuura ao seu lado, Jullie.
Era magra, mas seus traços eram levemente arredondados. Seus cabelos eram castanho-claro salpicado por fios dourados, eram longos e lisos com uma franja lateral. Seus rosto era redondo e tinha um ar infantil, a não ser pelos olhos bem marcados pelo costumeito lápis de olho preto. Agora, seu sorisso habitual estava escondido por uma linha tensa.
Estava na frente das duas e elas pareciam não me notar, estavam envolvidas demais na história. Cumprimentei-as e minha voz fez com que Anna voltasse a realidade.

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